A Beleza das Pequenas Coisas

391 - Especial Fernanda Lapa: “Amo demais o teatro, por isso sofro horrores. É uma paixão a que chamo teimosia e que vai morrer comigo”

390 - Especial Eduardo Gageiro: “Nas fotografias que fiz da Maria a despedir-se de Salazar, chocou-me ver a cara dele, parecia um abutre”

389 - Marco Mendonça (parte 2): “Quero correr o mundo a trabalhar e participar em projetos com a dimensão e o impacto do ‘Black Panther’ da Marvel”

388 - Marco Mendonça (parte 1): “Encaro o humor como lugar de resistência. Há desgraças que me tocam e só rindo mesmo”

387 - Olga Roriz (parte 2): “A dança para mim tem mais de profano, do que de sagrado. E nela habita um grande erotismo, muita paixão, um olhar obscuro e vontade de desejar”

386 - Olga Roriz (parte 1): “Os corpos estão miseráveis, a definhar, a parar. Já nem sequer sabemos dançar. Por isso digo que os bailarinos salvaram-se”

385 - Marco Martins (parte 2): “Há beleza na forma de sobreviver em lugares escuros. Numa imensa escuridão a Humanidade ganha novos contornos e revela-se mais.”

384 - Marco Martins (parte 1): “Interessa-me a arte que questiona, que dá voz ao outro, pois há cada vez menos espaço para a reflexão na vida comum.”

383 - Catarina Furtado (parte 2): “Estou numa fase extremamente bonita. E picante. Esta liberdade é uma verdadeira companhia”

382 - Catarina Furtado (parte 1): “Tenho autoridade para dizer que a Humanidade ainda presta. O lado bom pode adormecer o monstro que nós temos”

381 - Gaspar Varela (parte 2): “Irritam-me os fascistas, machistas, homofóbicos e transfóbicos. Aí, a cantiga é também uma arma”

380 - Gaspar Varela (parte 1): “Com a tour da Madonna percebi que a guitarra portuguesa encaixa noutros estilos. E que fazer música é também política”

379 - Maria João Pires (parte 2): “A minha vida sem o piano teria sido bem melhor. Fui muito condicionada pelo piano. Mas, como estou viva, ainda posso mudar”

378 - Maria João Pires (parte 1): “A competição é um erro, uma mentira. Tenho horror e isso é brutal na música. Competição não rima com arte”

377 - Especial Mísia (1955-2024): "A vida fez-me tudo o que lhe competia, foi boa e horrível, foi tudo. E foi plena"

376 - Tozé Brito (parte 2): “Quem fazia maior guerra às Doce eram as mulheres, porque não gostavam que os seus homens as fossem ver”

375 - Tozé Brito (parte 1): “Se eu tive uma vida de rock’n’roll? Fiz as asneiras todas. O catálogo completo. Mas nunca me levei demasiado a sério”

374 - André Barata (parte 2): “A luta pelo ócio é aprendermos a perder-nos”

373 - André Barata (parte 1): “Defendo o direito a um rendimento para todas as pessoas independentemente do trabalho"

372 - Ana Lua Caiano (parte 2): “Gosto muito dos momentos de silêncio para criar, mas também gosto muito do barulho da cidade para as minhas canções”

371 - Ana Lua Caiano (parte 1): “Não sou uma pessoa amargurada, mas as minhas canções refletem um lado mais negro ou perverso do mundo”

370 - Dulce Maria Cardoso (parte 2): “Ter-me tornado cuidadora da minha mãe é a experiên­cia mais radical de tudo o que vivi. É devastador”

369 - Dulce Maria Cardoso (parte 1): “A arte é profundamente inútil no presente, mas é muito útil na construção de futuros”

368 - Augusto Santos Silva (parte 2): “A diversidade sempre foi o que nos fez. A pureza portuguesa não existe. A pureza era aquela coisa dos nazis.”

367 - Augusto Santos Silva (parte 1): “A democracia precisa de mais perguntas que acabam com sinal de interrogação e de menos exclamações”

366 - Cláudia Jardim (parte 2): “Tenho pavor da extrema-direita. É um monstro massificador de ignorância, ódio e repressão”

365 - Cláudia Jardim (parte 1): “O mundo está complexo. Mas, de vez em quando, há uma florzinha que surge do meio do estrume e isso é incrível”

364 - Gabriela Moita (parte 2): “Há uma explosão histórica que falta acontecer, os homens aceitarem que não têm que corresponder à exigência de masculinidade”

363 - Gabriela Moita (parte 1): “O erotismo é o prazer e o prazer está no corpo todo, da ponta do cabelo à ponta do pé. O maior órgão sexual é a pele”

362 - Judite Canha Fernandes (parte 2): “O capitalismo está a transformar-nos em produtos de venda. Não sou e nunca serei um produto ou estrela pop”

361 - Judite Canha Fernandes (parte 1): “Para vivermos da escrita é preciso atravessar uma cortina de pavor para a entrega ser comparável ao amor”

360 - José Carlos Malato (parte 2): “Toda a gente quer ter o seu próprio ‘talk show’ menos eu. Fui infeliz a apresentar o 'Sexta à Noite'. Foi traumático!”

359 - José Carlos Malato (parte 1): “Tem sido uma vida inteira a navegar águas verdes sem fundo e a adiar o espelho. Deixei de beber, de sofrer por amor e já não me apetece morrer”

358 - Ana Gomes (parte 2): “Não é possível fingir que não se passam horrorosos crimes de guerra em Gaza contra o povo da Palestina. É preciso coragem política para reconhecer o Estado da Palestina"

357 - Ana Gomes (parte 1): “Aguiar-Branco tem de exercer a autoridade perante as alarvidades que os grunhos do Chega dizem. Se isso se permite na Assembleia, permite-se no café ou autocarro”

356 - Pedro Penim (parte 2): “Mudei-me para Istambul quando o meu marido era lá correspondente da BBC. O amor precisa de investimento”

355 - Pedro Penim (parte 1): “O que me move no teatro são os aplausos e o terreno de experimentação sobre o agora, fértil e perigoso, em forma de arte”

354 - Joana Guerra Tadeu (parte 2): “A violência contra imigrantes no Porto vem da fragilidade do homem branco com medo de não ser o rei do mundo”

353 - Joana Guerra Tadeu (parte 1): “É preciso fechar estradas, atirar tinta ao poder e às empresas que atacam o clima e a Humanidade que quer ter um futuro”

352 - Miguel Vale de Almeida (parte 2): “Fui o deputado 'testa de ferro' para o casamento igualitário. Só voltaria à política se houvesse um novo movimento que precisasse de mim numa situação de emergência”

351 - Miguel Vale de Almeida (parte 1): “A reparação histórica que importa é a dos efeitos do colonialismo, é a desigualdade de oportunidades por causa do racismo”

350 - Tiago Rodrigues (parte 2): “Faço teatro a aproveitar a imperfeição e a rugosidade da tentativa como força vital. Não quero saber de rodapés, quero é janelas abertas”

349 - Tiago Rodrigues (parte 1): “Para escrever o discurso mais perfeito de um fascista passei horas a estudar como eles mentem e manipulam. E passei horas a tomar duche para me libertar”

348 - Ana Paula Tavares (parte 1): “É preciso virarmos a mesa. Não havia nenhum romantismo nesse passado que provocou grande sofrimento sobre as mulheres”

347 - Ana Paula Tavares (parte 2): “A velhice tem-me ensinado a virtude da lentidão. Ajuda a sermos mais perfeitos e a termos mais atenção pelas coisas”

346 - Raquel Freire (parte 1): “Há uma parte da população que gostaria de voltar à ditadura fascista. Nem pensem. Somos muitas mais a querer liberdade e democracia!”

345 - Raquel Freire (parte 2): “Sou uma radical do amor. É através do amor que vivo, que me exprimo, e é a luz que me guia em todas as minhas acções”

344 - Joana Vasconcelos (parte 1): “O erro tem de ser superior ao sucesso. Há que ter a coragem para errar. Quase todas as minhas peças começaram por grandes erros”

343 - Joana Vasconcelos: (parte 2): “A minha sombra existe e é forte. Quanto maior a luz, mais presente está a sombra. Quero libertar-me das minhas sombras”

342 - Lisa Vicente (parte 1) “Emociono-me sempre a fazer partos. Mas é tão valioso gostar de fazer um parto, como é valioso acompanhar uma mulher que pede uma interrupção da gravidez. Não há coisas mais válidas do que outras”